O corpo está exausto mas a cabeça não descansa. Viver
cansada, cansa. Mas então, já não tropeço nos declives das minhas reentrâncias.
Entre coexistências perpendiculares, somos paralelos. Entre receitas basilares
de felicidade – é assim que soa?
O recomeço espiritual – sem títulos nem rótulos, tão-somente esperança. Compensar a divida da falta de confiança. Retribuir em dobro o saldo que fui acumulando na poupança. Curar os erros que trago de herança. É tempo de bonança… meu amor… é desta que os prós pesam mais na balança.
Não fugir mais. Ensina-me a que sabe ficar.
Talvez o que agora se passa se torne num contrapeso quando passar a passado. A
contrariar tudo o que dói, tu. Por cada marca vincada, uma noite contigo. Por
cada cigarro, uma nuvem de desabafo. Por cada copo de vinho, uma história insossa. Um dia conto a nossa. Por cada medo de me expor, um entregar-me a ti. Por
cada hora passada a reflectir com a lua, outra encostada à tua companhia. Atenua as minhas cicatrizes. Queria ser real
outra vez. Ser menos Alice, mais Inês. Menos dormente, mais porquês. Não
aceitar o peso na consciência como se pagasse renda. E não sei se é estigma, karma ou universo, quem sabe o
mundo virado do avesso. Mas um dia destes ligo para as emergências a comunicar
um desaparecimento: Socorro, perdi a Alice. E nunca mais a encontrar…
Como não adorar essa tua maneira de escrever...
ResponderEliminar