O que aconteceu em Paris e em Beirute foi apenas a
confirmação de que não sei mais que mundo é este senão um mundo triste, um
mundo que me assusta, um mundo que não faz sentido…
Não usemos o que aconteceu como entrave à ajuda aos
refugiados. Se já havia muitas pessoas
contra, tenho a certeza que agora esse número vai crescer –
o que é, de facto, lamentável.
Os responsáveis por estes ataques não são os refugiados. Os
refugiados são aqueles que têm tanto e mais medo que nós. São os que vivem sob
constante ameaça. São os que ainda nem refugiados são pois não encontraram
sequer maneira de fugir. Com o acréscimo de terem os olhares de lado dos vizinhos,
com o acréscimo de andarem a pagar por um crime que os outros cometeram. Nós
não somos melhores se queremos fechar a porta a centenas de inocentes porque
entre eles pode haver um culpado. A solução não é essa. Não misturemos cor de
pele com carácter. Não ponhamos tudo no mesmo saco: religião não é sinónimo de
extremismo.
Não usemos os actos dos terroristas para condenar os
inocentes (religiosos ou não, muçulmanos ou não).
Hoje, temos medo. Hoje, a Europa vive assustada. E o resto
do mundo também.
E estes, os extremistas, apesar de gritarem ‘’deus é grande’’
enquanto disparam armas, não acreditam em deus de certeza. Eles alimentam-se do
medo que causam nos outros, o seu combustível é a xenofobia. Por favor, não
lhes deem mais.
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